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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Acontecimentos no ano de 1179



    • São factos do ano de 1179 a concessão dos forais dados por D.Afonso Henriques às cidades de Lisboa, Santarém e Coimbra, todas em Maio desse anos. 32 anos depois da conquista das duas primeiras, achava D.Afonso que as principais cidades do Reino podiam finalmente aspirar ter a sua própria administração.
    • Poucos meses antes dessa concessão, D.Afonso Henriques já com cerca de 70 anos entende chegada a hora de redigir o seu próprio testamento. Existem duas versões a primeira delas com data de Fevereiro desse ano e outra sem data mas não muito diferente da versão referida.
    • Esse testamento refere apenas os legados em dinheiro a instituições religiosas, reflectindo as suas preocupações, normais na época de associar essas dádivas à salvação da alma.
    • Revelador contudo foi a preocupação de distinguir as instituições em si mesmo e não os respectivos chefes, não beneficia bispos, ou as dioceses, contempla as obras das catedrais. Destina dinheiro para pobres e para hospitais de doentes peregrinos e viajantes.
    • Dá dinheiro para a recentemente criada Ordem de Évora, encarregada de defender a zona mais avançada do Reino, mas nada concede aos Templários, nem para os de Santiago, cujos rendimentos sabia bem elevados.
    • Testamento portanto também ele revelador do seu carácter.

    Manifestis probatum est

    • O ano de 1179 foi um bom ano para Portugal e para o nosso rei. Apenas 3 meses depois do seu testamento e no dia 23 de Maio e um pouco inesperadamente, Alexandre III por meio da bula Manifestis probatum est. reconheceu a D.Afonso Henriques o título de rei, declarando que o tomava a ele e aos seus herdeiros sob a protecção da Santa Sé, considerando Portugal como um reino pertencente a São Pedro, prometendo auxílio papal.
    • Tinham passado 36 anos desde a homenagem prestada por D.Afonso Henriques.
    • Mattoso defende uma teoria curiosa para esta decisão, numa altura em que se não esperava, nem tinha sido objecto de negociações específicas. Ele relaciona este acontecimento com o testamento de D.Afonso de 3 meses atrás.
    • Nesse testamento como disse foram amplamente contemplados a Igreja, as suas instituições e provavelmente ao próprio Papa não esquecendo que durante todos os anos passados desde a homenagem ao Papa, foram sempre escrupulosamente pagos os tributos devidos.
    • O emissário que teria dado a boa nova das contemplações testamentarias poderá ter sido o novo arcebispo de Braga, Godinho, anteriormente referido, que terá tomado parte no concílio de Latrão que teve lugar entre 5 e 19 de Março.
    • Sob o ponto de vista político naturalmente as alterações acontecidas na Península também justificavam amplamente que a D.Afonso Henriques fosse atribuído o título de Rex em detrimento do simples dux porque era anteriormente designado.
    • Não havia nenhum rei hegemónico como no tempo de Afonso VII, havia 5 reinos ibéricos independentes e essa questão era tão evidente que se iria manter durante séculos.
    • A partir de 1179 deixava de ser rei de facto para se tornar de pleno direito.
    • Haveria por certo razões de peso para se considerar que o dia de Portugal devia ser o dia 23 de Maio.


    • As questões entre Portugal e Leão continuavam mal resolvidas. Afonso Henriques, com se viu havia perdido todos os castelos em que se tornara senhor em Límia e Toroño e que além disso se julgava herdeiro por parte de sua mãe.
    • As relações com Fernando II já foram aqui bastas vezes referidas como extremamente tensas acentuadas com a anulação do casamento com a princesa portuguesa e do qual havia nascido herdeiro do trono leonês.
    • Desse divórcio nova questão havia nascido,a do terras de Castro Torafe que a infanta Urraca Afonso, havia recebido como dote de casamento e que Fernando II considerava retornadas, enquanto D.Afonso Henriques as pretendia destinar à Ordem de Santiago.
    • Esta questão e a convicção que os leoneses estavam enfraquecidos, em razão de 3 reencontros próximos com as forças almóadas, além dum ataque de Afonso VIII de Castela.
    • Assim em meados de 1179 e depois dum segundo ataque do rei de Castela, os portugueses sob o comando do herdeiro Sancho atacam, Ciudad Rodrigo, mas sofrem pesada derrota numa batalha campal em Arganal.
    • As posteriores tentativas de novo ataque foram sendo adiadas pois a eventualidade duma coligação com o rei de Castela esfumou-se devido a uma acordo de paz assinado entre Leão e Castela em Medina del Rioseco dois anos depois.
    • D.Sancho já rei haveria de voltar mais tarde ao combate por esta causa.

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