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sábado, 23 de junho de 2012

Ano de 1174

  • Casamento de D.Sancho com Dulce de Aragão
Com a entrada da idade adulto, estava na altura de se arranjar um casamento para o príncipe herdeiro.

  • Tornava-se necessário para a continuidade da dinastia de Portugal, não esquecendo que o reconhecimento papal ainda não tinha acontecido, negociar o casamento do inequívoco herdeiro do trono, com a máxima segurança que uma aliança com o reino de Aragão preferenciava como aliás já estivera para acontecer quando da negociação do casamento da infanta Mafalda com o herdeiro do trono de Aragão, Afonso II e que a morte prematura da infanta havia liquidado.
  • A negociação do casamento terá decorrido entre os regentes de Aragão já que Raimundo Berenguer havia morrido e Afonso II apenas teria 14/15 anos.

    Sem dúvida que este casamento interessava aos dois pequenos reinos peninsulares com relações difíceis com os seus vizinhos poderosos e muito agressivos ao passo que a distância entre Portugal e Aragão afastava em muito qualquer colisão de interesses.
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A legitimidade da escolha de Dulce de Aragão para rainha, parecia não estar em perigo, pois a proximidade parental, remontava ao início do século anterior, a parentesco do quinto grau entre os pais dos nubentes, que poderia ser suficiente para afastar o espectro da separação forçada após o casamento, que a ninguém interessava.

A garantia não era absoluta pois em ainda em 1215 a norma era respeitar a interdição do casamento até ao sétimo grau de parentesco.

D.Dulce teria casado com D.Sancho com 14 anos e ele 20 anos, não se conhecendo grandes relatos sobre a noiva, nem sobre o seu dote, pois a normalidade do seu casamento e dos anos que se seguiram sem litígio, não permite a reconstituição desses detalhes.

Logo que a noiva chegou a Coimbra celebraram-se os rituais da boda, na Igreja de São João de Almedina, seguindo depois para o paço régio para o respectivo banquete nupcial.

Como havia sido anteriormente negociado pelos respectivos embaixadores, seguir-se-iam 5 anos de paz, entre os dois reinos

Esperava-também que a filha de Petronilha de Aragão e Raimundo Berenguer IV fosse fértil e nesse aspecto Dulce não desapontaria a corte portuguesa, pois ao longo de 20 anos de casamento, daria à luz no mínimo 11 filhos, suficientes para assegurar a continuidade dinástica.

  • Separação de Urraca Afonso e Fernando II
O casamento entre ambos negociada em 1165 na sequência da paz de Lérez entre os reinos de Portugal e de Leão, mais uma vez não respeitando regras de consaguinidade entre os noivos, ficavam expostos as meandros dos interesses partidários que poderiam levar à dissolução decretada pelo papa.

Assim aconteceu após dez anos de matrimónio o papa Alexandre III, declarou que os consortes eram parentes em terceiro grau, uma vez que eram ambos netos de Urraca de Leão e Castela e Teresa de Leão, filhas de Afonso VI de Castela.

Sob ameaça de censuras eclesiásticas, foram obrigados a separarem-se, com grande pena de Fernando embora algum tempo depois se tenha casado novamente, com Teresa Nunes de Lara, filha do conde D. Nuno de Lara.

Desse casamento nascera em 1171 Afonso IX que viria a ser o último rei de Leão independente, como explico noutro post e noutro local

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